Monday, 18 July 2011

I LOVE MY PET!

Amor aos animais está em alta porque não tem cobranças, diz especialista

CÁREN NAKASHIMA* 
Colaboração para o UOL

O homem tem bicho de estimação desde que vivia nas cavernas. O cachorro, por exemplo, aparece nas mais antigas pinturas rupestres. Hoje, porém, os animais domésticos alcançaram status de membro da família. Existe um mercado voltado para eles, quase como se fossem crianças. "Nós, certamente, estamos vivendo uma época de enorme atenção em relação aos animais", afirma o professor doutor César Ades, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

Mirian Goldenberg, antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que o que mudou, também, é que a sociedade ficou mais individualista. "As pessoas sentem-se mais sós e os bichos passaram a ser excelentes companhias. Houve, de certa forma, uma humanização dos animais."

Para a psicóloga Malu Favarato, há muitas pessoas cada vez mais satisfeitas com a convivência com seus bichos -e até casais que preferem criar um animal a ter um filho. O amor aos animais é completamente diferente do amor entre humanos: não tem cobrança e é sempre divertido. "Está tão em alta porque é um amor que gratifica e quase não exige", afirma Mirian Goldenberg. "As pessoas percebem mais reciprocidade do que nos relacionamentos convencionais, onde se sentem constantemente cobradas e criticadas."

Não há dúvida de que o animal não pede nada, além de carinho e cuidados básicos. "Conheço muitas pessoas que dizem receber mais amor e compreensão dos bichos do que dos filhos ou amigos. E não é por falta de convívio social", diz a antropóloga. Para a psicóloga Malu, essa troca afetiva intensa entre o bicho e o dono, muitas vezes, supera relações menos positivas estabelecidas entre pessoas.

Juliana Bussab, jornalista de 35 anos, ama os animais, em especial os felinos. Fundadora da ONG Adote um Gatinho, ao lado de Susan Yamamoto, ela se dedica a resgatar, cuidar e encontrar um bom lar para gatos abandonados. "Eu sou mole. Sofro um pouco por cuidar de um bichinho e depois ter de doá-lo. Mas se eu não fizer isso, vai virar colecionismo", diz. A ONG nasceu há oito anos e tem um abrigo na zona oeste de São Paulo. Conta com 40 voluntários e salva cerca de 80 gatos por mês. Desses, por volta de 30 não conseguem ser doados.

Mas Juliana tem os felinos dela. Em sua casa, vivem oito gatos permanentes, mas lá também funciona como lar temporário para os animais resgatados que precisam de cuidados especiais, como os recém-nascidos, feridos ou em recuperação de uma cirurgia. "Claro que o meu marido adoraria ter o banheiro do escritório livre para usar, mas sempre tem uma mãe com seus filhotinhos por lá. Tenho sorte de ele perceber que é isso que me faz feliz e me apoiar."
  • Haroldo Saboia/UOL
    "Não me sinto mais sozinho", diz Rafael Martins, publicitário que é dono da Alaska

Rafael Martins, publicitário de 30 anos, é dono da Alaska, uma cadela de raça com nome complicado: west highland white terrier. Ela foi abandonada por um canil, após não ser mais útil para dar crias. Resgatada por uma organização de proteção animal, foi adotada por Rafael. "Como moro sozinho, a minha vida mudou. Acordo mais cedo para levá-la passear, ela assiste à televisão comigo, fica no meu pé enquanto estou no computador ou me observando quando estou cozinhando... Está sempre me seguindo, abanando o rabinho. Não me sinto mais sozinho", conta. "Minha preocupação era exclusivamente comigo. Agora, tenho que me dividir com ela. E isso está me fazendo muito feliz. É bom dar carinho para um animal que, provavelmente, nunca recebeu isso antes."

A fisioterapeuta Egle Della Paschoa, de 29 anos, é noiva e seu futuro marido terá de adotar Beatriz, sua cadela vira-lata, pois, dela, Egle não abre mão. "Ela é minha filha, sim, e não me importo com o que as pessoas pensam disso. Eu não faço questão de manter muita proximidade com quem não gosta de animais", diz.

Segundo o psicólogo Guilherme Cerioni, cuidar de animais é uma forma de receber de volta o amor que doamos. "As pessoas, hoje em dia, sentem dificuldade de se relacionar ou de estabelecer um vínculo social, por diversos fatores da forma de vida contemporânea. Penso que é nesse gesto recíproco, entre animal e seu dono, que encontra-se aquele sentimento de carinho e amor sem quaisquer interesses, puramente sincero e com a ausência de palavras". Ainda assim, lembre-se de que é impossível viver sem o afeto humano. “O animal não pode se tornar uma armadilha de isolamento afetivo e social", afirma a psicóloga Malu Favarato.

*Com colaboração de Jhennifer Moises e Vladimir Maluf

Tuesday, 5 July 2011

CAMBRIDGE - UK ! It´s such an amazing dream...


Cambridge - UK,  por dentro

Exame quase não reprova, mas aluno precisa expor pensamento original em entrevistas



Geraldo Vidigal Neto, Especial para o Estado - Estadão.educação


Arquivo Pessoal
O doutorando Geraldo Vidigal Neto: 'Cambridge é uma bem-sucedida universidade moderna.

A primeira impressão do visitante em Cambridge é a de ter voltado no tempo. Professores e alunos em togas pretas caminham por prédios medievais e fazem refeições em enormes mesas coletivas. Por baixo das curiosidades, entretanto, está uma bem-sucedida universidade moderna, que nos leva a questionar  nossas ideias sobre o ensino superior.
Começo pelo mais chocante. Uma graduação leva três anos; o mestrado, normalmente um só. Por semestre o aluno cursa quatro matérias, a maioria eletivas. As aulas acontecem em anfiteatros, sem lista de presença, e a maioria das provas não conta para a nota final; quase não há reprovação.
O pressuposto é o de que o aluno selecionado já sabe fazer boas provas: a tarefa da universidade é ensiná-lo a pensar o conhecimento adquirido.
Nos períodos de aula, o trabalho é intenso: o estudante apresenta, quinzenalmente, um texto sobre um tema de cada curso. Tem então uma hora de discussão/avaliação individual, com um professor ou pós-graduando. Para discutir Hobbes, precisa sentar e ler Hobbes. Deve entender seu pensamento, situá-lo historicamente e apontar incoerências, e não reproduzir palavras de um professor. Em vez do acúmulo de informações, exige-se a capacidade de encontrá-las, entendê-las e transformá-las em algo relevante para os demais.
A mentalidade se estende ainda mais fortemente aos pós-graduandos. O controle do tempo é do aluno; confia-se nele para saber, por exemplo, se precisa de mais uma semana ou um mês para terminar um relatório. Às vezes, para obter mais prazo ou financiamento, basta uma troca de e-mails com seu orientador.
O controle, é claro, existe. Mas é feito sobre os resultados. Um aluno ou professor que repetidamente descumpre obrigações, ou não atinge certo padrão de qualidade, recebe num primeiro momento atenção, e num segundo, alertas sobre seu desempenho. Na pós, professores que continuamente escolhem trabalhos estéreis terão menos verbas e podem ser questionados pela universidade.
Fazer funcionar esse sistema requer que a universidade ofereça meios. Desde o primeiro ano da graduação, cada aluno recebe a chave de uma biblioteca, normalmente ao lado do dormitório, com computadores e livros essenciais, usada dia e noite. Pós-graduandos e professores têm acesso 24 horas às grandes bibliotecas específicas e estudantes de Exatas e Biológicas, aos laboratórios. Todos esses equipamentos custam caro e precisam ser atualizados a cada poucos anos.
O financiamento do sistema é a questão do momento na Inglaterra. Desde 1998, alunos pagam parte do custo da universidade pública – se desejarem, após a entrada no mercado de trabalho. Em 2012, o preço atual deve triplicar. Mas não será metade do que cobram as universidades americanas mais prestigiosas, com as quais as inglesas querem competir.
A mudança tem sido vigorosamente combatida nas ruas, com o argumento de que um estudante não deve começar sua vida profissional em dívida. O governo responde que o principal beneficiário do ensino superior é o próprio aluno, e não há por que a sociedade arcar com os custos dessa fase da educação.
Esse debate tem relevância no Brasil? Nosso modelo é o europeu continental: a sociedade financia o ensino superior, e considera-se que a formação universitária é um valor em si. Mas, na Europa, a massificação desse modelo de ensino, sem aporte de novos recursos, gerou efeitos perversos. Cada vez mais comuns, os diplomas significam cada vez menos.
Embora estejamos bem atrás de outros países sul-americanos em porcentagem de jovens na universidade, em 2011 mais de metade dos adolescentes completará o ensino médio na idade correta (em 1992, era um em cada seis). A expansão do ensino superior, público e privado, tem sido feita por atalhos e fundos especiais. O salto qualitativo exigirá que repensemos as bases do sistema: como fazer, em termos de meios e formato de cursos, para que em nossas universidades jovens talentosos se tornem grandes pensadores – e como vamos dividir essa conta.
* GERALDO VIDIGAL NETO É DOUTORANDO EM DIREITO INTERNACIONAL EM CAMBRIDGE E BOLSISTA DO SIDNEY SUSSEX COLLEGE. ADVOGADO FORMADO PELA USP, FEZ MESTRADO NA SORBONNE (FRANÇA)

Friday, 1 July 2011

YOU ARE NOT WELCOME!


Veja dicas para evitar ser barrado em aeroportos no exterior.

Comprovar vínculo com o país diminiu as chances de ser barrado no aeroporto


  • Comprovar vínculo com o país diminiu as chances de ser barrado no aeroporto
SÃO PAULO – Em 2010, 6.072 brasileiros foram impedidos de entrar na Europa, segundo dados da Agência Europeia de Controle de Fronteiras (Frontex).

Os brasileiros representam 12% do número total de entradas recusadas. Segundo a agência, a maioria dos recusados tentava entrar em Portugal e na Espanha. “O brasileiro tem fama de querer tentar a vida fora do País, e como não precisa de visto antecipado, eles arriscam mais nos países de língua portuguesa ou latina, como Portugal e Espanha”, explica o gerente de Treinamento da Agência de Intercâmbios Experimento, Maurício Pivetta.

De acordo com o gerente, a entrada nos Estados Unidos foi dificultada, e isso chamou a atenção dos brasileiros para os países da Europa. “A diferença entre ser barrado pelos EUA ou pela Europa, é que ao pedir o visto americano a pessoa é barrada no Brasil, já na Europa, ela só descobre quando já está lá”, completa.

Para quem pretende viajar por meio de agências de Intercâmbio, mesmo para os países que mais vetam a entrada dos brasileiros, é mais fácil, pois o curso já está pago, dessa forma fica mais simples provar que o brasileiro tem dia e hora para voltar. “O maior problema dos brasileiros é provar que tem vínculo no Brasil”, comenta Pivetta.

Em alguns casos, como citado pelo gerente, os agentes de imigração separam os amigos que viajam juntos e interrogam de maneiras diferentes, e é nessa hora que os brasileiros são vetados. Outro caso são os brasileiros que viajam tendo algum amigo no exterior. “Os agentes de imigração são treinados e algumas perguntas servem para surpreender o viajante. Muitos perguntam se a pessoa conhece alguém no país e, ao receber a resposta negativa, anunciam o nome da pessoa e pedem para que quem está esperando por ela vá até a imigração. Nessa hora, se a pessoa for até os agentes, o viajante é barrado na certa”, conta o gerente.

Visados
De um modo geral, todos os brasileiros que desembarcam são vistos como suspeitos de quererem se instalar no país, mas alguns perfis são mais visados que os outros.

Conforme explicado por Pivetta, mulheres sofrem mais preconceito dentro dos aeroportos europeus, por conta de uma ideia de que muitas vão para o exterior à procura de trabalho dentro da prostituição.

Pessoas de 18 a 30 anos também são mais avaliadas. “Imagine uma pessoa com 23 anos, que acabou de se formar e quer viajar para o exterior. A primeira coisa que o agente de imigração vai pensar é que o sujeito não tem vínculo com o País nativo e quer tentar a vida fora”, comenta Pivetta.

Provar que quer voltar
Segundo o gerente, a maior dificuldade dos brasileiros é provar que querem retornar para o Brasil depois de conseguirem entrar em outro país. “O brasileiro precisa aprender a provar o vínculo que tem com o Brasil”, completa.

Muitos recursos podem ser utilizados para provar o vínculo, desde holerites, carteira profissional, até escritura de imóveis e declaração do imposto de renda. “Além de provar o vínculo, a pessoa tem que provar que tem dinheiro para se manter durante sua estadia e mostrar passagem de volta. No caso de turismo, passagens com trinta dias geralmente não são bem vistas. É difícil para o agente de imigração acreditar que o indivíduo vai fazer turismo durante trinta dias”, explica Pivetta.

De um modo geral, no setor de imigração dos aeroportos, sempre haverá um intérprete da língua portuguesa. Caso não tenha, uma pessoa que fale o idioma será solicitada. "Caso venha a ser barrado, o brasileiro aguarda no próprio aeroporto o primeiro voo para seu país de origem. Caso a empresa que o passageiro viajou não tenha vaga, o mesmo é direcionado para outras companhias", finaliza Pivetta.

Dicas para entrar no exterior sem problemas *

HospedagemLevar reserva de acomodação, mesmo em casos de estadia em albergues;
Casa de amigosPode entrar sem problemas, desde que prove que o dono da casa, no caso de barsileiros, esteja legal no país;
SaúdeLevar comprovante de seguro-saúde;
FériasSe for passar as férias do trabalho ou estudos fora do Brasil, levar uma carta da universidade ou da empresa que trabalha dizendo o período de férias;
Vínculo empregatícioCarteira profissional e holerite podem provar que a pessoa possui vínculo e estabilidade no Brasil;
RoupasA pessoa deve se vestir de acordo com o motivo da viagem. Por exemplo, um indivíduo que vai fazer turismo não deve chegar na imigração de terno;
Outros documentosEscritura de imóveis ou extrato bancário também prodem ajudar a provar o vínculo;
MenoresEmbora tenham mais facilidade de entrar, menores devem levar documentos que provem estabilidade financeira dos pais, como declaração do imposto de renda dos pais, escritura de imóveis ou documento de veículos em nome dos pais.
* Fonte: Agência de Intercâmbio Experimento


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I am one of those guys with a fat address book - maybe because all my friends tell I'm charming and clever! But as far as I´m concerned, friendship is a club of seven people which was fully by the time I was 25. We all share the same interests, and we don´t make any demands on one another in emotional terms - which is something I would avoid like the plague. It´s not that I don´t like making new friends easily...They have to cativate me at first...We all grew up in the same social, professional and geographical world that we now occupy as adults. The group of seven offers me as much security and intimacy as I require!