O bom da coisa é que algumas palavras assaz tediosas não maldizem nem bendizem o passado no presente, mas renegam o mesmo ao que já se foi e anseiam pelo que será, sendo que o "FOI" não nos pertence mais, ou também, o SERÁ imprevisível, muitíssimo menos ainda , em favorecimento do presente, único tempo real que que temos a opção de sorrir ou de chorar...
Não existem homens sem memória, mas homem incapazes de contá-las...Somos nada mais nada menos que a soma de nossas lembranças, inconscientes ou não... Cada um guarda, salvo melhor juízo, o que melhor lhe aprouver no parco tempo de uma existência...
Assim é a vida. Nada mais que isso. Momentos de choro e risos, alternados de acordo com a vontade do freguês...Sim, porque é possível sorrir, mesmo na dor...
O resto é balela, palha que o vento leva...
As coisas incapazes de se contar são, no geral, aquelas que nos fizeram irreconhecíveis; fatos que nos aplacaram, que borraram nosso caráter (macunaímico, sempre!). Se tu deixaste escorrer um fio de lembrança, é que o cotidiano te edificou. Foram saudáveis sim a euforia e a disforia das relações, e o ano parece ter mostrado que vários somos inventores de personagens, e que sem elas não se pode suportar o cinza do estado de coisas. As minhas são drummondianas, mas há machadianas, dantestas, lispectorianas, freudianas, andradinas etc tal e coisa...
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