No segundo dia da melhor década da minha vida, que será aquela onde adentrarei na dita "midle age" , acordo como que enebriado pela chama de uma doce e sutil fome de viver...O sono foi leve porém tranquilo...E pela primeira vez em meses o travesseiro me foi leve no avassalador calor tropical de São Sebastião do Rio de Janeiro...A cá, da janela prestimosa, pode-se ver montanhas e muito verde...O sol é sempre um espetáculo à parte e hoje a caminhada será à beira mar. Hei de tomar mais cuidado com o azedume da minha pele pálida, pois o recaldo do último passeio Leblon/Arpoador vejo ainda hoje nas minhas canelas agora descansadas...Bolhas e pele se soltando...Ah, que a pele morta se vá modorrenta e dê espaço a células novas...Novas,! Será? Eu ouvi dizer que a decrepitude celular começa por volta da terceira década de vida...Então essa nova pele que vem depois do escamamemto da pele nova, nada mais é que reserva... Os anos vem e vão e a gente não se dá conta de muita coisa simples que explicariam fácil fácil os mistérios da vida...A pele que se foi, nunca voltará... E as pessoas da vida sua, as que se vão como uma chuva de verão, será que voltam? Nem sempre. Talvez muito raramente. Alguns fazem falta um certo tempo, a bem da verdade. Outros, você simplesmente deixa se esvair...Deixa desaparecer nas esquinas da vida. Esses tais com certeza não estavam em sua sintonia e em privilégio sútil, vampirizaram sua existência...Quer saber? Valorize os que lhe são caros e que você sabe que estarão consigo para o que der e vier...E esses, leitor amigo, você conta nos dedos de uma mão. O resto é palha que o vento leva... Tenho dito. Hora de me fazer sorridente para minhas contemplaçoes e caminhadas...
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O vento, ah, os rapazes da Los Hermanos escreveram: "não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer, e isso, eu vi, o vento leva"; talvez quase dizendo que o vento leva tudo o que se diz, leva porque palavras são sons provocantes, sons calculados, movimento, onda, como tudo que se propaga pelos meios físicos. Fui ficando convencido com o tempo de que o que eu dizia era sobrenatural, mas não, tendemos a pintar demais certas letras, exagerar no tom, no brilho ou ainda na acidez. As pessoas a quem mais admiro nem sempre estão por perto (que pena), mas tem sons - não essencialmente palavras - que ressoam utilmente em meu ser.
ReplyDeleteQue o som mais singelo seja mesmo o de nossa derme se despedindo...
Muita vezes o que dizemos parece sobrenatural...O adjetivo adequado talvez fosse "antinatural", pois não?
ReplyDeleteO colorido das letras não vem com as tintas com as quais são impressas mas com o poder que eles representam...
Por isso mesmo, muitas das vezes, calar-se é deixar o papel em branco para que outro prencha...
De vermelho sangue ou azul piscina...Viver e deixar viver...Não há grande segredo nisso...Se há, não aprendi ou nunca me ensinaram!!!