Thursday 5 August 2010

IS IT REALLY TIME TO CHANGE?



Cansou do emprego?

Por Flávia Ghiurghi


Uma recente pesquisa global realizada pela empresa de recrutamento Robert Half revelou que cerca de 40% dos executivos brasileiros pensam em mudar de emprego nos próximos seis meses. Nesse quesito, o Brasil só fica atrás da França, onde 45% dos profissionais consideram a possibilidade de sair da atual empresa. Para a pesquisa, foram ouvidos 227 executivos. Dentre eles, 36% mudariam de emprego caso surgisse uma oferta interessante. Apenas 4% deles devem partir ativamente para uma nova oportunidade de emprego. A pesquisa levantou ainda a propensão que os profissionais tiveram no ano passado para mudar de emprego, levando em conta o período de crise que afetou os mercados de todo o mundo. A maioria dos profissionais preferiu se manter nos empregos - 71% dos executivos no mundo e 65% no Brasil não consideraram uma nova oportunidade profissional nos últimos 12 meses.

Desistir da sua atual posição, principalmente no caso de ter se dedicado tanto à empresa? Para o diretor da Robert Half, Fernando Mantovani, a propensão desses profissionais de mudar de emprego é uma prova de que o mercado está aquecido e de que a recuperação da economia brasileira destaca-se em relação à média das principais economias globais. Para o diretor de projetos especiais da Apoema Inteligêcia em  pessoas, coach internacional e especialista em treinamentos de liderança, Marcos Tonin, há tempos o mercado praticamente impõe que a mudança de emprego é algo saudável e necessário para uma carreira sólida e crescente.



Entretanto, a crescente rotatividade nas empresas também significa falta de investimento nos profissionais. "Muitas vezes, a desistência do atual emprego é sinal de que as empresas precisam investir em retenção", confirma o diretor da K&G Sistemas e professor nas áreas de Marketing e Vendas da BSP (Business School São Paulo), Enio Klein. Para ele, falta foco na satisfação do profissional.

"É comum, no momento da seleção, exigirem muitas qualificações com plano de compensação não compatível. Normalmente, as empresas conseguem recrutar jovens profissionais em começo de carreira ou nem tão jovens e nem tão em início de carreira que precisam trabalhar e acabam aceitando as condições, mesmo que desfavoráveis. O resultado é que, após alguns meses, as decepções começam a aparecer e o entusiasmo inicial desaparece", argumenta Klein.





O certo pelo duvidoso

Para Tonin, os profissionais devem analisar bem a proposta antes de aceitá- la. "Muitos entram nas empresas sabendo das limitações que ela possui, mas, por estarem precisando de um emprego ou até para se livrarem do anterior, acabam aceitando 'qualquer coisa', mas, após a 'lua de mel' que, em geral, dura de 6 a 8 meses, esses profissionais começam a identificar que a escolha foi equivocada e não se sentem confortáveis novamente."
Segundo Klein, quando chega esse momento, o profissional começa a perceber que não há muito o que ser feito para crescer dentro daquela organização. "É o que chamo de efeito 'Santo de Casa'. O profissional tem potencial, mas não tem como crescer hierarquicamente e, portanto, fica desmotivado, o que o impulsiona a buscar novas alternativas. Nessa fase de novas buscas, a 'grama do vizinho' fica ainda mais tentadora. Ou seja, o profissional passa a acreditar que qualquer outra empresa irá oferecer mais oportunidades e atrativos do que a atual". Marcos Tonin concorda: "Trabalho com processos de coaching executivo em todo o Brasil, estando em contato com dezenas de executivos mensalmente. A queixa principal é a falta do reconhecimento, seja ele material ou psicológico, falta de condições de trabalho para realizar suas obrigações ou até mesmo uma 'sensação' de que estão patinando na carreira e querem desenvolver uma competência nova para lidar melhor com as situações e reveses".
Nessa fase, segundo ele, o profissional começa a questionar os próprios valores pessoais com os valores da organização e começa a perceber que algo não está bem ou que eles de alguma forma estão entrando em conflito. "A falta de feedback, de um clima organizacional favorável, de gestores efetivamente competentes em direcionar ações e atividades que não tenham ligação com as competências do profissional ou que de alguma forma são impedidos de realizarem, colocando em prática seus conhecimentos e competências, geram este estado". Um dos indícios dessa insatisfação é quando o profissional tem a chamada "crise do domingo", ou seja, ao final do dia de domingo, já começa a ter mal estar, dores no estômago, dores de cabeça e desânimo só de pensar em estar no trabalho no dia seguinte.
"Podemos dizer que é como uma relação pessoal: a partir do momento em que o executivo percebe que a relação não é mais ganha x ganha, começam a surgir comparações e é inevitável que exista um momento de reflexão para analisar melhor a situação. Acredito que possa ser um excesso de expectativas que um dos lados teve e que não pode ser atendida ou cumprida, devido às mudanças cada vez mais repentinas no mercado, veja a crise europeia", define Tonin. De acordo com o consultor, muitas são as empresas que ainda acreditam que somente um bom salário pode segurar um executivo que não consegue se sentir realizado ou confortável no trabalhão. "Eu diria que o problema começa quando o indivíduo entra em choque com os valores pessoais e os valores da empresa. Se não houver uma uma harmonia entre missão de vida e missão da empresa, valores pessoais e valores da empresa e uma visão de futuro na qual os dois se vejam juntos, não há motivos para continuar a relação".

Como mudar o que não está bom?


Para alterar este cenário repleto de tantos executivos insatisfeitos com sua carreira, primeiramente, é preciso ainda que muitas empresas entendam que o profissional passa mais tempo no local de trabalho do que em sua própria casa. Dessa forma, ambientes de trabalho que proporcionam crescimento, criatividade e oportunidades são os mais escolhidos. "Claro que nem sempre é possível ter novas oportunidades dentro da própria empresa, mas quando falo de oportunidades, quero dizer também de projetos, de ideias e novas implantações", ressalta Tonin.

As empresas também devem se atentar mais para fatores de saúde física e mental, direcionando investimentos em recursos humanos. É preciso estar atento às necessidades do funcionário, como é administrada a relação com os diversos públicos, fornecedores, clientes e parceiros, qual o clima de trabalho, etc. "O maior ativo de uma empresa são as pessoas. Aquelas que ainda não entenderam isso são as que mais sofrem com a alta rotatividade", pondera Tonin. E, para evitar frustrações posteriores, ele aconselha que a procura do trabalho seja feita juntamente com um planejamento de carreiras. "Sou fã do processo de coaching, pois foi por meio de um que identifiquei melhor meus valores, missão, visão de futuro e consegui adequar minhas competências a favor da carreira e negócios que possuo hoje. Procure um coach especializado que possa lhe orientar e ajudar a identificar como pode conseguir mais por meio de suas competências adormecidas ou não utilizadas. Ter um planejamento de carreira e saber quais seus limites, pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades abre horizontes não antes percebidos."


 



O MOMENTO CERTO DA MUDANÇA

Saber identificar claramente o momento de "tirar seu time de campo" é muito importante e louvável; ninguém precisa passar a vida toda na mesma empresa, bem como ninguém precisa ficar somente cinco anos e ir embora por uma "exigência" do mercado. Segundo Marcos Tonin, é possível aprender cada vez mais sobre seu trabalho, sua empresa e de que forma desempenhar melhor sua função. Para os que pretendem tomar esse tipo de decisão nos próximos meses, é preciso fazer algumas considerações:


Identifique o real motivo da sua saída. Veja se você não está sendo induzido a fazer isso apenas por uma situação que poderia ser mudada, caso você tivesse mais competências para lidar com ela;
Você quer ganhar mais? Realmente é isso que você quer? Seu problema é o salário ou a satisfação em fazer algo que lhe faça sentido?
Procure um coach de carreira, ele pode lhe ajudar a visualizar melhor suas possibilidades, pontos fortes e fracos, desta forma, planeje sua saída;
Planejar é uma forma de não falhar. Não planejar é a garantia que pode falhar;
Identifique quais os impactos reais da sua mudança de emprego, tanto como local de trabalho, cidade, tempo para chegar ao emprego;
Quais são seus valores?



Eles são respeitados hoje em seu trabalho atual? E no próximo? Como saberá que serão? Seja esperto e tome decisões apoiadas em fatos e não somente em emoções ou sentimentos de rancor com a empresa e local de trabalho. Ter a inteligência emocional de separar o sentimento da ações em momentos como essa faz toda a diferença. Lembre-se de que não há problemas em querer um novo emprego, desde que seja por razões reais e claras.


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I am one of those guys with a fat address book - maybe because all my friends tell I'm charming and clever! But as far as I´m concerned, friendship is a club of seven people which was fully by the time I was 25. We all share the same interests, and we don´t make any demands on one another in emotional terms - which is something I would avoid like the plague. It´s not that I don´t like making new friends easily...They have to cativate me at first...We all grew up in the same social, professional and geographical world that we now occupy as adults. The group of seven offers me as much security and intimacy as I require!