Thursday 19 May 2011

PROUD OF BEING A TEACHER....


O PROFESSOR ESTÁ SEMPRE ERRADO
Jô Soares


O material escolar mais barato
que existe na praça é o
PROFESSOR!É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Precisa faltar, é um 'turista'.
Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu 'mole'.
É, o professor está sempre errado, mas,
se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

Wednesday 18 May 2011

FACE YOUR DEMONS!


Ansiedade é o pior de todos os males psicológicos, diz especialista

HELOÍSA NORONHA
Colaboração para o UOL

Ansiedade pode causar doenças sérias como gastrite, úlceras, colites, taquicardia, hipertensão e cefaleia


  • Ansiedade pode causar doenças sérias como gastrite, úlceras, colites, taquicardia, hipertensão e cefaleia
Aflição, agonia, impaciência, inquietação. Esses são alguns sinais da ansiedade, sentimento capaz de prejudicar a qualidade de vida, autoestima e saúde do ser humano.


Aprender a lidar com ela é fundamental para garantir uma vida saudável. E para isso, é preciso entender os seus mecanismos.


“A ansiedade é uma excitação do sistema nervoso central, que acelera o funcionamento do corpo e da mente. Quando estamos ansiosos, liberamos o neurotransmissor noradrenalina, que provoca toda essa excitação. É um processo que pode ser tanto hereditário como adquirido através das experiências que temos nos ambientes mais hostis. A ansiedade está intimamente vinculada à forma como interpretamos as situações da vida”, explica a psicóloga Sâmia Aguiar Brandão Simurro, de São Paulo (SP), que é vice-presidente de Projetos e Expansão da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV).


Para o psicólogo Alexandre Bez, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami e em ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia, a ansiedade é o pior de todos os males psicológicos. “Ela é o gatilho para desencadear outros transtornos. Dentro do ponto de vista psicológico, podemos definir ansiedade como um estado mental praticamente subjetivo carregado de apreensão e recheado de incertezas”, diz.


Por causa dos múltiplos papéis que desempenham e devido às variações hormonais, algumas mulheres sofrem mais com a ansiedade e o estresse. Porém, os homens não estão imunes a esse mal. Questões profissionais e financeiras também podem desencadear a sensação de angústia e impaciência no sexo masculino.


Sentimento que pode causar doenças
Se não for controlada, a ansiedade pode causar o surgimento de enfermidades psicossomáticas, ou seja, doenças que afetam a saúde física e mental. Gastrite, úlceras, colites, taquicardia, hipertensão, cefaleia e alergias são alguns exemplos de doenças causadas pela ansiedade. Ela também é responsável pelo surgimento de doenças psiconeurológicas e psicooncológicas.


O psiquiatra italiano Leonard Vereaque explica que isso acontece, pois as pessoas não conseguem eliminar de forma natural a tensão gerada pela ansiedade. “A mente cria válvulas artificiais para dar vazão a essa energia negativa. A partir daí, a pessoa começa a usar o próprio organismo como válvula de descarga”, afirma.


Qualquer um sofre, em maior ou menor grau, de ansiedade. Mas o transtorno merece atenção redobrada quando passa a prejudicar os relacionamentos conjugais, profissionais, acadêmicos e até mesmo sexuais.


“Quando a ansiedade ultrapassa o limite e a pessoa não consegue mais realizar suas tarefas diárias sem sofrimento, é hora de buscar ajuda especializada e dar início a um tratamento”, explica a psicóloga Sâmia Simurro.


“Ter força de vontade e entender que essa ansiedade descontrolada não é normal são requisitos básicos para o processo de cura inicial”, afirma o psicólogo Alexandre Bez. “Procurar ajuda psicológica é fundamental para retomar a rotina. Curar-se sozinho é praticamente impossível”, alerta. De acordo com Bez, em casos extremos e dependendo do perfil do paciente é necessária a prescrição de medicamentos.
Apesar dos males causados pela ansiedade, a psicóloga Sâmia Simurro alerta que, na dose certa, esse sentimento pode ser positivo. “Precisamos de desafios para nos desenvolver. É preciso aprender a viver com níveis de ansiedade suficientes para atingir o nível mais alto do nosso potencial. É claro que ansiedade demais torna a vida das pessoas um caos, porém, nenhuma ansiedade nos leva à estagnação”, conclui.
Veja como mudar 15 hábitos e combater a ansiedade:
  • Deixar tarefas pendentes aumenta a ansiedade

1. Procure não deixar nada pendente

Não terminar tarefas e assumir responsabilidades acima do que se pode fazer contribuem para o aumento da ansiedade. Esboce um plano para resolver o que é urgente e organize-se.

2. Prepare-se para os desafios

Atitudes como estudar com antecedência para as provas, informar-se sobre a empresa antes de uma entrevista de emprego e se preparar para uma reunião de negócios são fundamentais para ter confiança diante dos desafios. Dessa forma, você vai se sentir seguro e menos ansioso.

3. Melhor prevenir do que remediar

Antes de sair, veja se o tanque de combustível do carro está cheio. Se você saiu de casa com o ponteiro do combustível na reserva, trate de completar o tanque no primeiro posto que avistar. Evite ter problemas desnecessários por falta de precaução e cuidado.

4.Veja o lado bom das coisas

De acordo com um estudo publicado pela Isma Brasil, filial da International Stress Management Association, instituição voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento do estresse no mundo, o impacto positivo da felicidade no sistema de imunidade é mais poderoso do que o negativo e ajuda a minimizar a ansiedade. Portanto, se você planejava ir à praia no fim de semana, mas viu que o tempo não está bom, mude seus planos: vá ao cinema, faça um fondue com os amigos, alugue os DVDs da série que você adora ou faça outro programa que o agrade. Ao invés de reclamar, procure transformar situações negativas em positivas.
  • Praticar exercícios faz bem para a saúde mental e física

5. Caminhe 30 minutos por dia, três vezes por semana

Essa prática, recomendada pela OMS, é ótima não só para tirar você do grupo dos sedentários como para ajudar a controlar a tensão emocional. O mesmo período de tempo pode ser empregado para qualquer outra atividade física, como boxe, ioga ou corrida.

6. Ouça música

“Estudos científicos demonstram que a música relaxa os músculos, diminui a sensibilidade à dor e dilui emoções destrutivas”, explica a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma Brasil. Para driblar a ansiedade, os gêneros mais indicados são o clássico e o barroco – em especial, no trânsito.

7. Evite ter pensamentos negativos

Seu pensamento determina a forma como você enxerga a vida. Se pensar de maneira positiva, vai se sentir mais feliz e as chances de tudo dar certo podem ser maiores.
  • Cuidar de animais de estimação ajuda a relaxar

8. Tenha um bicho de estimação

O simples ato de fazer carinho em um animal relaxa tanto o bicho quanto seu dono. Alguns estudos científicos indicam que as pessoas que cuidam de um animal tendem a baixar a pressão arterial. Então, se você não tem condições de ter um pet, que tal levar o cachorro da vizinha para passear de vez em quando? Observar peixes no aquário também traz benefícios: tranquiliza a mente e evita pensamentos que trazem preocupação e ansiedade.

9. Livre-se da mania de perfeição

Perfeccionistas tendem a prejudicar suas relações pessoais e profissionais colocando-se sob constante pressão. Confronte o medo que lhe motiva a buscar a perfeição. Você pode temer, por exemplo, que as pessoas não gostem de você. Na realidade, as pessoas tendem a respeitar quem tem coragem de admitir um erro e repelem quem acha que sabe tudo.

10. Deixe o trabalho no trabalho

Muitos sintomas do estresse, como ansiedade, dores musculares, hipertensão, fadiga, taquicardia e angústia, têm sido atribuídos ao acúmulo das pressões profissionais. Evite ficar pensando em trabalho depois do expediente. Afinal, você já passa horas no escritório.

11. Alimente o seu humor

Carboidratos, em geral, costumam acalmar: macarrão, pães, biscoitos, arroz e batata. Frutos do mar, nozes, brócolis, espinafre, chocolate e pimentão dão energia. Já a cafeína ajuda a combater o cansaço, mas deixa o cérebro mais desperto, o que pode ser um perigo para pessoas muito ansiosas.
  • Mexer com plantas alivia
    a tensão e a ansiedade

12. Tenha plantas em casa

Cuidar de plantas (flores ou hortaliças) pode proporcionar equilíbrio emocional e amenizar os efeitos negativos do estresse. Regar uma plantinha é uma terapia informal, que ajuda aliviar a tensão e a ansiedade. Mexer com terra e folhas não resolve os problemas, mas ajuda a refletir e analisar melhor as situações.

13. Faça refeições sem pressa

Escolha um momento em que você possa comer sem interrupções. “Procure sentir os sabores, a temperatura e a textura dos alimentos. Sinta-os se desmanchar e transformando-se em sangue e tecido para o seu corpo”, sugere Carlos Legal, consultor em aprendizagem organizacional e qualidade de vida no trabalho, da Legalas Educação e Qualidade de Vida, empresa dedicada ao desenvolvimento de pessoas e organizações.

14. Dê uma pausa no trabalho

Busque fazer uma pausa durante o trabalho. Feche os olhos e respire fundo por alguns minutos, procurando manter a mente tranquila e relaxada. O cardiologista Artur Zular, de São Paulo (SP), diz que é bom se imaginar em algum lugar calmo, como um bosque, jardim ou uma praia, sempre sozinho. “Estar com alguém inspira sentimentos e o melhor para meditar é ficar livre de qualquer emoção, concentrando-se apenas em si”, explica.

15. Medite com palavras

Marcia Plessmann, instrutora do Centro de Estudos Filosóficos Palas Athena, de São Paulo (SP), ensina que para meditar é preciso criar uma frase que seja significativa e inspiradora para manter a ansiedade sob controle. “Na medida em que você solta a respiração, repita a frase mentalmente. Pode, também, ser uma oração ou um pequeno verso”, ensina.

Tuesday 17 May 2011

MODERN LIFE...


Paixões pela net
WALCYR CARRASCO
REVISTA VEJA SP

Recentemente, eu me surpreendi em uma pesquisa. Descobri que boa parte das donas de casa já incorporou o computador ao seu cotidiano. Elas adoram as redes sociais, que usam para trocar informações, fazer amizades e, é claro, fofocar. As paixões também acontecem, e como! Eu imaginava que as mulheres teriam medo, por exemplo, de marcar encontros com desconhecidos. Puro engano:

— Pela internet, a gente conhece melhor a pessoa. Conversa tudo o que tem para conversar e depois se encontra ao vivo.

Muitas já têm uma história de fadas para contar. É sempre a de uma amiga divorciada, sem perspectivas afetivas, que conheceu um sujeito legal pela internet. Depois de muito papo eletrônico, encontraram-se. E estão juntos até hoje. Sendo sincero, eu também conheço um caso semelhante. Após anos de convívio, o casal continua tão apaixonado que, quando ele a chama, o celular toca a marcha nupcial!

Mas nem tudo são flores.

Eu conheci uma escritora bem atraente, na faixa dos 30 anos. Começou a falar com um “rapaz” pela internet. O relacionamento foi se aprofundando. Finalmente ele confessou:

— Não tenho 30 anos como você.
— Isso não me importa. Quantos você tem?
Silêncio cibernético. Finalmente, confessou:
— Cinquenta e quatro.
Ela continuou achando que estava tudo bem. Encontraram-se. Antes de abraçá-la, ele começou a tossir:
— Sou asmático.
Apaixonada, ia dar importância para asma? Foram adiante. Mas ele tinha um ciúme doentio.
— Para quem você telefonou hoje? O que conversaram?
Ou:
— Quero ler os seus e-mails.
Pior: ele mentira em tudo. Não trabalhava. Estava desempregado havia anos. Foi morar com ela para diminuir as despesas. Controla tudo o que ela faz. O que não é muito: durante uma crise de nervos, ela pediu demissão do emprego. Estão os dois na rua, tentando descobrir um jeito de pagar o condomínio. Outro dia ela ameaçou jogar o computador pela janela!

Perto dos 40, uma amiga andava preocupadíssima.

— Não me casei ainda!

Batalhou pela internet. Conheceu um rapaz da Zona Norte de São Paulo. Marcaram o encontro pessoal. Ela não teve dúvidas: botou um casaco de inverno bem pesado. Mas, embaixo, estava completamente nua. Sinceramente, não sei o que passou em sua cabeça. Talvez quisesse praticar uma sedução à primeira vista. Tipo Cleópatra, que se desenrolou do tapete. Conheceram-se. Era um executivo de nível médio, sério. Irresistível! Ousada, ela abriu o casaco num café do centro da cidade. Só para ele, é claro. E o rapaz ficou encantado pela audácia.

— Finalmente eu me dei bem! — ela acreditava.

Como empresária, pouco tempo depois, guindou o executivo a diretor de seu negócio. Só havia um problema: ele sempre tinha uma desculpa para não levá-la para a casa dele.

— Minha mãe é muito simples, não vai se sentir bem com uma mulher sofisticada como você.
— Justamente agora estamos recebendo a visita de uns parentes, mas...

Um dia ele deixou o computador ligado. Ela não resistiu, entrou em seus e-mails. E lá estavam as... mensagens para a esposa.

— Você é casado!
— E tenho três filhos.
— Ou se separa ou perde o emprego!

Ele se separou. Não sei se por amor ou por praticidade. Mas a vida não anda fácil. Tem de trabalhar o dobro, para sustentar a ex e as crianças. E agora sua mulher pegou ciúme do computador.

Que o rapaz não é fácil, ela já sabe. No passado, bastaria controlar suas idas e vindas. Agora, a tentação pode estar entrando em casa, enquanto com uma expressão inocente ele finge atualizar os e-mails.

Se um dia ela se separar, já sabe. A culpa será do computador!

Friday 13 May 2011

NOT TOO LATE...


Relatório aponta necessidade "urgente" de limitar gases do efeito estufa

The New York Times

Leslie Kaufman


  • Greenpeace lança réplicas de monumentos em praia de Cancún para alertar para as consequências da mudança climáticaGreenpeace lança réplicas de monumentos em praia de Cancún para alertar para as consequências da mudança climática


    O establishment científico dos EUA emitiu um duro alerta para a população americana na quinta-feira (12): não só o aquecimento global é algo real, como seus efeitos já estão se tornando sérios e passou a ser “urgente” a necessidade de uma política nacional forte que limite a emissão de gases de efeito estufa.

    O relatório, apresentado pelo National Research Council, um braço da National Academy of Sciences, não endossou nenhuma abordagem legislativa específica, mas chegou a dizer que atribuir alguma espécie de preço às emissões de dióxido de carbono, o principal gás de efeito estufa, teoricamente seria um componente essencial de qualquer plano futuro.

    “Os riscos associados a se continuar fazendo as coisas da maneira de sempre são uma preocupação muito maior do que os riscos associados a se empreender esforços de resposta ambiciosos, mas calculados”, conclui o relatório. “Isso porque muitos aspectos de uma política ‘excessivamente ambiciosa’ podem ser revertidos ou senão tratados, se necessário, por mudanças posteriores de política, ao passo que mudanças adversas no sistema climático são muito mais difíceis (na verdade, na escala temporal de nossas vidas, pode ser impossível) de se ‘desfazer’.”

    O relatório, “America’s Climate Choices” [As escolhas climáticas dos EUA], foi encomendado pelo Congresso muitos anos atrás para oferecer um “conselho voltado para a ação” sobre como a nação deveria reagir às possíveis consequências de uma mudança climática.

    Mas a resposta chega em uma época na qual esforços para adotar uma política de mudança climática foram suspensos em Washington, com muitos dos republicanos que controlam a Assembleia manifestando ceticismo em relação à ciência da mudança climática. Outros legisladores, incluindo alguns democratas, se preocupam com o fato de que qualquer nova lei resultaria em preços mais altos para a energia, prejudicando a economia.

    O relatório descobriu que, não só a ciência por trás das previsões de mudança climática é sólida, como também são profundos os riscos de uma inação contínua para as gerações futuras. Notou-se que o nível do mar já está se elevando em muitas cidades americanas, e a temperatura média do ar nos Estados Unidos aumentou em 2 graus nos últimos 50 anos.

    Os autores do relatório – uma combinação incomum de cientistas do clima, empresários e políticos – disseram que estavam cientes de que a disposição política sobre a mudança climática havia mudado de forma significativa desde a época em que o comitê foi formado, em 2009. Como o relatório também era sobre aconselhamento de políticas, o conselho nomeou mais do que cientistas, incluindo Jim Geringer, um republicano conservador e ex-governador do Estado de Wyoming.

    Albert Carnesale, presidente do painel e chanceler emérito da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, disse que esperava que a diversidade do painel e o fato de que muitos dos envolvidos no trabalho não terem uma “inclinação prévia” ajudariam a vendê-lo até para políticos céticos.

    “É um problema que deve ser resolvido com urgência, e o que fizemos de diferente foi enxergá-lo como um problema de gerenciamento de risco”, disse Carnesale.

    Embora ninguém saiba a forma exata dos riscos, Carnesale explicou, sabemos que eles são reais o suficiente para serem abordados. E que com o tempo eles ficarão mais difíceis de serem abordados. “Não sabemos exatamente quando o tsunami quebrará ou quão alto ele vai ser, mas sabemos que ele está chegando, e devemos nos preparar”, disse.

    Mas o representante Joe L. Barton (republicano do Texas), que tem liderado o movimento contra mais regulamentações sobre a emissão de carbono, desprezou as descobertas do conselho em uma entrevista na quinta-feira. “Não vejo nada de substancial nesse relatório que acrescente à base de conhecimento necessária para se tomar uma decisão esclarecida sobre quais passos devem ser tomados para abordar a mudança climática, se é que devem ser tomados”, disse Barton.

    Embora o relatório caracterize a mudança climática como um problema em necessidade urgente de atenção, ele deixa as prescrições de política altamente específicas aos legisladores.

    Para muitos dos que se preocupam com a mudança climática, esse é um defeito comum de relatórios do gênero. “Esse é um problema clássico – a divisão entre a realidade científica e a coragem política”, disse Paul W. Bledsoe, um conselheiro sênior junto ao Bipartisan Policy Center que trabalhou com essas questões no Congresso e na Casa Branca. “As organizações científicas relutam em pregar prescrições de política detalhadas, ao passo que atores políticos hesitam quanto às realidades científicas”.

    O relatório delineou quatro áreas que requerem ações federais imediatas.

    Para começar, ele enfatizou que reduzir as atuais emissões de carbono é fundamental para evitar que os Estados Unidos tenham de fazer escolhas desastrosas no futuro. Embora não tenha chegado ao ponto de recomendar uma taxa sobre o carbono, o comitê elogiou sua eficácia.

    “Análises sugerem que a melhor forma de amplificar e acelerar tais esforços, e de minimizar custos gerais (para qualquer meta nacional de redução de emissões), está em colocar um preço crescente e abrangente, que cubra uniformemente toda a nação” sobre emissões de carbono, de maneira que leve a “grandes investimentos em eficiência energética e tecnologias de baixo carbono”, escreveu o comitê.

    Ele também pediu para que o governo federal exerça um papel muito mais ativo na pesquisa de novas tecnologias e na adaptação da nação às mudanças no mundo natural que já são inevitáveis. Mesmo com uma redução na produção de carbono, disse o relatório, alguma mudança climática continuará a ocorrer.

    Ele observou que, enquanto muitas das cidades e Estados americanos estão tomando atitudes para atenuar a produção de carbono e se preparar para condições mais quentes e úmidas, o governo federal poderia ajudar a coordenar essas atividades, ao mesmo tempo em que incentivasse mais pesquisas e desenvolvimento.

    “O governo federal”, disse o relatório, “deveria dar início imediato ao desenvolvimento de uma estratégia nacional de adaptação e construir instituições duradouras para implementar essa estratégia e melhorá-la com o tempo.” Por fim, embora esse relatório tenha sido idealizado, ao contrário do IPCC da ONU [Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática], por americanos para americanos, os autores observaram que a mudança climática é um problema mundial, e que a nação tem a obrigação de permanecer comprometida com a comunidade internacional para encontrar possíveis soluções.
    Tradução: Lana Lim

  • JUST A FAILED INSTITUTION!

    Entre quatro paredes.
    Hélio Schwartsman


    Desenvolvo hoje um textículo que escrevi para a versão impressa da Folha do último domingo sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de estender a casais homossexuais os direitos e obrigações previstos na figura jurídica da união estável. Comecemos pelo mérito da coisa.

    O que dois ou mais adultos fazem consensualmente entre quatro paredes em matéria de sexo é assunto que diz respeito apenas a eles. Desde que em comum acordo e sem envolver menores, não há nada de intrinsecamente errado com homossexualismo, masoquismo, sadismo, fetichismo, coprofilia, zoofilia (se o animal em questão não se opuser) e nem mesmo com a vida monástica. Se há um comportamento reprovável do ponto de vista da boa convivência social, ele está não no homossexualismo ou no que a psiquiatria chama de parafilias, mas no desejo incontido de controlar a sexualidade alheia.

    E, se é justo que casais heterossexuais possam herdar os bens um do outro, estabelecer vínculos previdenciários e adotar crianças, entre outros benefícios, não há nenhuma razão para deixar de estender esses mesmos direitos a pares do mesmo sexo. Um cidadão é um cidadão independentemente de seus hábitos copulativos.

    A turma mais conservadora, que acusa o Supremo de ter usurpado as funções do Legislativo, parece ignorar que a analogia é uma fonte perfeitamente legítima de interpretação jurídica. Ela tem origens no direito romano: "Ubi eadem ratio, ibi idem jus", isto é, onde houver o mesmo fundamento, haverá o mesmo direito. Ainda que a letra da lei diga que a família é constituída pela união de homem com mulher, a Carta consagra o princípio de que todos os cidadãos são iguais diante da lei, o que já basta para ampliar o escopo da definição.

    Vou um pouco mais longe e afirmo que existem determinados assuntos com os quais o Poder Legislativo, no qual grupos organizados como igrejas, sindicatos e certas categorias profissionais acabam adquirindo um peso específico maior do que aquele que de fato têm na sociedade, não lida bem. Questões morais são um bom exemplo. Dado que poucos legisladores estão dispostos a ser identificados como o parlamentar que foi contra "a palavra de Deus" ou que rifou "as conquistas dos trabalhadores", esses temas são raramente abordados. Também fico um pouco relutante em entregar a 11 pessoas não eleitas tarefas que em tese caberiam a 594 indivíduos munidos de mandato popular, mas, diante da inércia congressual, é preferível que esses 11 atuem a blindar a legislação contra avanços sociais e a ampliação de direitos. A ideia geral é que esses dois Poderes, mais o Executivo, se equilibrem em um sistema de freios e contrapesos e produzam resultantes viáveis. Está longe de ser uma solução perfeita, mas ela vem funcionando mais bem do que mal em países democráticos há uns 200 anos.

    Voltando ao nosso caso, é pouco provável que a decisão do STF ponha fim às guerras culturais em torno da questão. O motivo é simples: o julgamento teve como objeto apenas as uniões civis, deixando de fora o casamento propriamente dito. Ou seja, passado um primeiro momento em que homossexuais celebrarão os direitos recém-reconhecidos e em que os conservadores lamentarão os tempos e os costumes, a contenda voltará. E a briga é boa porque ambos os lados se julgam cobertos de razão.
    Negar o casamento "de papel passado" aos homossexuais equivale a declará-los cidadãos de segunda classe. É fácil visualizar o grau de indignação que isso pode causar imaginando um casal inter-racial que procure um cartório para "contrair matrimônio" (adoro essa expressão!) e ouça do oficial: --Vocês podem estabelecer uma união estável, com declaração registrada, que lhes dá os mesmos direitos e deveres do casamento, mas não vou casá-los. Bem, não seria difícil encontrar um advogado disposto a processar esse oficial pelo inafiançável crime de racismo. Troque agora o "inter-racial" por "homossexual" e o "oficial" por "Estado" e temos uma ideia de como gays e lésbicas devem se sentir.

    Quanto aos conservadores, não costumo comungar de suas dores. Se acham que a sexualidade alheia ameaça a família, pior para eles e suas famílias. Idealizações não gozam de proteção legal. Mas creio que eles têm um ponto quando se queixam de propostas legislativas capitaneadas pelo movimento gay --o PLC 122/2006 e o PL 6418/2005-- que, dependendo da interpretação, proibiriam padres e pastores de dizer que o homossexualismo é um pecado, por exemplo. Não me entendam mal. Sou um ateu convicto que não acredita em pecado e acha que o mundo atual viveria melhor se não houvesse religiões, mas sou também um democrata. Não creio que possamos ou devamos patrulhar pensamentos e declarações, por mais absurdas que sejam.

    Não vejo como se possa proibir uma igreja homofóbica de ensinar seus seguidores, como vem fazendo às vezes há milênios, que tal prática é condenável. O que um sacerdote conta a seus fiéis entre as quatro paredes do templo é assunto que diz respeito exclusivamente a eles. (Reconheceram o argumento? É difícil defendê-lo para a troca de fluidos corporais e recusá-lo para a troca de ideias!).

    Vou até um pouco mais longe e sustento que igrejas têm todo direito de não aceitar membros gays. Um templo não é, afinal, um órgão oficial ou um permissionário de serviços públicos, os quais precisam sujeitar-se a regras de universalidade. Não está feliz com sua igreja, procure outra ou, no limite, funde a sua própria. Eu já o fiz e posso assegurar que, pelo menos em termos fiscais, vale a pena.

    Evidentemente, ninguém vai resolver o problema das visões de mundo conflitantes. Ele é tão disseminado que talvez nem seja um problema, sendo mais bem descrito como a ordem natural das coisas. Ainda assim, existem medidas relativamente simples que têm o potencial de reduzir a área de atrito entre liberais e conservadores, contribuindo para uma sociedade mais tolerante e pacífica.

    No rastro de Richard Thaler e Cass Sunstein, autores de "Nudge - O Empurrão para a Escolha Certa", proponho que o Estado caia fora do ramo de casamentos e passe a reconhecer apenas uniões estáveis. Pode parecer uma revolução, mas, na verdade, muda muito pouca coisa na esfera prática. É que as uniões já dão conta de todas as questões que importam para a vida civil, como sucessões, guarda de filhos e direito a pensão no caso de divórcio. Nenhum documento ou repartição oficial falaria mais em casamento, que ficaria inteiramente a cargo de igrejas ou qualquer outra associação civil que queira explorar o negócio. O bonito dessa história é que todos estariam livres para celebrá-lo de da forma que quiserem. Os católicos, por exemplo, poderiam continuar a oferecê-lo só a pares heterossexuais e em caráter indissolúvel, enquanto a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) poderia criar as regras e rituais que desejasse.

    O segredo da coisa --e a origem da confusão-- é que o casamento hoje reúne duas funções totalmente distintas: uma contratual, com consequências jurídicas, e outra de reconhecimento social, com implicações para o status das pessoas. Do ponto de vista do Estado, apenas a primeira é relevante, mas é a segunda que responde pela maior parte das desavenças. Essa dupla função até tem razões históricas. Antigamente, o casamento funcionava como uma espécie de licença para fazer sexo e ter filhos, da mesma forma que hoje contamos com carteiras de habilitação para dirigir veículos. Só que, com a ampliação dos direitos individuais, que teve início em fins do século 18, essa função social se tornou anacrônica. Hoje, pelo menos no Ocidente, o sexo consensual entre adultos é um direito inquestionável que independe de licença prévia. Eliminar a ambiguidade, fazendo com que o poder público se atenha aos aspectos jurídicos das uniões e deixando o "casamento" para instituições de direito privado, é uma maneira inteligente de desembolar o meio de campo.

    Não chega a ser uma garantia de que todos viverão felizes para sempre, mas é um meio de evitar que nos embrenhemos em disputas estéreis totalmente evitáveis. Pelo menos do ponto de vista do Estado, o casamento é, como se dizia nos anos 60, uma instituição falida.

    Hélio Schwartsman
    Hélio Schwartsman, 44 anos, é articulista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha.com.


    Monday 2 May 2011

    WOULD YOU MIND IF...


    Universidades de São Paulo tornam inglês língua 

    'oficial'


    JULIANA COISSI
    DE RIBEIRÃO PRETO
    FOLHA COTIDIANO  

    Turma da FEA-USP de Ribeirão assiste à aula em inglês no instituto; universidades de SP tornam inglês língua 'oficial'

    Turma da USP de Ribeirão assiste à aula em inglês no instituto; universidades de SP tornam inglês língua 'oficial'

    Aulas ou seminários em inglês, sem tradução, em diferentes áreas do ensino universitário --como agronegócio, química e odontologia.
    O cenário poderia ser uma universidade dos EUA ou da Europa, mas não é.
    Instituições do interior do Estado de São Paulo têm ampliado suas ofertas com língua estrangeira. O objetivo é enriquecer o currículo dos alunos e prepará-los para o mercado de trabalho.
    Na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), a disciplina agrobusiness é um dos exemplos. Até o professor Marcos Fava Neves se surpreende com o resultado. "É um ambiente rico. Não sonhava ver isso tão cedo na USP", diz.
    A aula atrai alunos outros cursos, como química e farmácia. A opinião dos "forasteiros" amplia o debate.

    "Na aula de agrobusiness, vimos que os estrangeiros têm uma visão mais protecionista das coisas deles e preocupada com a sustentabilidade", afirma Fava Neves.
    Há até turmas com predomínio de estrangeiros. É o caso da aula de gerência e promoções de vendas, também da administração.
    Única brasileira, Marcela Zucherato, 23, convive com colegas de culturas bem distintas, como Teemy Nyyssonen, 23, da Finlândia, e Juan Ortiz, 21, da Colômbia.
    No curso de relações internacionais da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Franca, os alunos se preparam o ano inteiro para simular um congresso da ONU.
    Eles se tornam delegados de países. Algumas das "rodadas de negociações" são em inglês. "A experiência ajuda não só a dominar a língua mas a aprender a negociar", diz o professor Marcelo Passini Mariano, coordenador do Gepezoi, grupo que organiza as simulações.

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