Friday 7 May 2010

MUCH BETTER or MUCH BETTER?


Como trabalhar a pronúncia em inglês

Confira como trabalhar a pronúncia em inglês sem fazer os estudantes ficarem repetindo, repetindo, repetindo...

Mais sobre Língua Estrangeira

"Come' on people, repeat please! Again, repeat, again!" Esse pedido soa familiar? O coro dos alunos recitando listas de palavras ou frases soltas é uma atividade costumeira para treinar a pronúncia? Então está na hora de repensar a prática. Para que aprendam a se comunicar com f luência, inclusive com estrangeiros, mais que falar poucas palavras perfeitamente, eles têm de estabelecer diálogos compreensivos. "Se a fala está desligada de um contexto, o estudante pode até aprender a pronunciar corretamente, porém qual a serventia real da atividade?", questiona José Carlos de Almeida Filho, professor de Ensino e Aprendizagem de Línguas da Universidade de Brasília (UnB). 

Como levar, então, a moçada a soltar a língua de verdade? Para começar, você precisa saber falar bem o idioma que ensina e usá-lo durante a maior parte da aula. "Muitas vezes, é na escola que surge a primeira chance de contato real com outra língua e o professor é a referência do estudante", diz Almeida Filho. Reserve o portugês somente para explicar pontos para quem está em contato com o inglês há pouco tempo. No mais, dedique-se a ampliar seu vocabulário e conquistar fluência, investindo em cursos e em muito treino antes de ministrar as aulas. Outra atitude que contribui é se conscientizar de que desenvolver a oralidade da garotada é tão importante como trabalhar leitura, produção e compreensão de texto. Ao dar o devido foco a esse conteúdo, é possível atentar para quesitos que interferem diretamente na comunicação, como a entonação e a pronúncia. Para auxiliar os educadores a colocar isso tudo em prática, NOVA ESCOLA consultou vários especialistas em Língua Estrangeira e reuniu as três principais estratégias didáticas que promovem o exercício da pronúncia e sugestões de atividades para serem desenvolvidas durante uma aula com turmas de 6º ao 9º ano. Semembromation, como costuma dizer quem acha que para falar bem em inglês basta saber o basic.


Análise das marcas da língua oral

Foto: Nati Canto
DE OLHO NA TELA Assistindo a vídeos em inglês, a turma da Escola Castanheiras estuda características da fala.
Foto: Nati Canto
Oportunidade para o grupo ouvir o idioma e buscar entender o que (e como) foi dito. Filmes e músicas são bons recursos para tal (leia a atividade). Neles, a língua é usada de maneira mais próxima à realidade, o que nem sempre ocorre nos materiais didáticos: eles geralmente apresentam falas pausadas e pronúncias bem marcadas. Clarissa Buzinaro, professora na Escola Castanheiras, em Barueri, na Grande São Paulo, seleciona trechos de filmes para apresentá-los sem legendas aos alunos do 6º ano. A ideia é pedir que eles contem o que viram e reproduzam a cena, recorrendo ao modelo em caso de dúvidas. "Com isso, observo se entenderam o que se passou e como está a pronúncia de cada um."




Audição da fala
Foto: Fernanda Preto
OUVIDOS ATENTOS Na Escola Projeto Vida, os alunos gravam e analisam a própria fala para aperfeiçoá-la. Foto: Fernanda Preto
Trabalho de produção (e gravação) de um gênero oral em áudio para que os estudantes possam avaliar uns aos outros e se avaliar (leia a atividade), buscando perceber se, quando falam, o fazem de modo claro e com a entonação correta. A validade do trabalho está no distanciamento: de modo geral, quase não prestamos atenção em como falamos. A atenção está voltada a se fazer entender, responder às perguntas do outro etc. Retomando as falas depois, é possível ajustar o foco só na reflexão sobre a pronúncia e a entonação. Durante o momento da escuta do material gravado, além de orientar a revisão de pronúncia feita pelos próprios alunos, o professor também deve intervir, chamando a atenção para as questões que eles não notarem. Quando ouviu os podcasts produzidos pelos alunos do 6º ano da escola Projeto Vida, na capital paulista, a professora Fanny de Souza Costa chamou a atenção para o modo como eles estavam falando os verbos terminados em ed. "Eles marcavam muito o som do ‘d’ quando falavam loved, liked, turned", analisa. Ao retomar as gravações, a falha ficou clara para todos e foi corrigida.


Diálogo fluente
Foto: Felipe Barros
CONVERSA AFIADA Na EE Nilo Povoas, a turma ganha ritmo de fala ao entrevistar um convidado proficiente. Foto: Felipe Barros
Situação de comunicação real com quem já tem domínio total da língua para que a turma perceba por que é fundamental compreender o que é dito e se fazer entender para estabelecer uma comunicação de fato. Ela é válida principalmente quando a conversa ocorre com quem não fala português ou tem um sotaque diferente. Para colocar essa estratégia em jogo, vale convidar outro professor de língua estrangeira, um turista ou alguém que tenha estudado fora do Brasil por um tempo e propor que a turma o entreviste, abordando determinado assunto (leia a atividade). Lembre-se de que orientar os estudantes a organizar a pauta de perguntas com antecedência é importante até mesmo para deixar todos mais seguros. Nessa oportunidade, outro aspecto da língua fica em evidência e deve ser trabalhado: a construção de frases em inglês não segue a mesma lógica que em português. Deixar de atentar a esse detalhe pode fazer o diálogo ir por água abaixo. Portanto, deixe claro que, mesmo elaborando as questões antes e tendo tempo para treiná-las, aperfeiçoando a pronúncia e a entonação, é essencial estudar o vocabulário que envolve o assunto e buscar bons modelos de organização de perguntas e respostas. Pensando nisso tudo, a educadora Fátima Comini, da EE Nilo Povoas, em Cuiabá, convidou um colega recém-chegado de um intercâmbio no Canadá para visitar a turma do 8º ano. "Durante o bate-papo, os estudantes perceberam que a conversa com pessoas f luentes pede um ritmo mais veloz e, que para isso, prestar atenção no contexto e falar com clareza é um requisito fundamental, o que implica muito empenho e estudo."

Reportagem sugerida por 11 leitores: Ana Lourença Simões, Benevides, PA, Christiane Marchiori, Castanhal, PA, Damião Silva, Imperatriz, MA, Eliana Medeiros, Manaus, AM, Gabriela Rodrigues, Fortaleza, CE, Gleice Sousa, Jaboatão, PE,Luciana dos Santos, Sete Lagoas, MG, Luciana Lima, Campina Grande, PB, Osvaldo Filho, Alagoa, MG, Paula Damasia, Petrópolis, RJ, e Sandra da Cunha, Recife, PE


EDIÇÃO 232



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I am one of those guys with a fat address book - maybe because all my friends tell I'm charming and clever! But as far as I´m concerned, friendship is a club of seven people which was fully by the time I was 25. We all share the same interests, and we don´t make any demands on one another in emotional terms - which is something I would avoid like the plague. It´s not that I don´t like making new friends easily...They have to cativate me at first...We all grew up in the same social, professional and geographical world that we now occupy as adults. The group of seven offers me as much security and intimacy as I require!