Saturday 5 June 2010

MIND ABOUT YOUR OWN BUSINESS AND BE HAPPY!

Perigos da vida loca!

O cantor porto-riquenho Ricky Martin acaba de assumir que é gay. 
Embora a confissão não chegue a surpreender, esse ainda 
é um passo arriscado para um artista

Sérgio Martins

QUANTA ALEGRIA
Ricky Martin: em texto no seu site oficial, o ex-Menudo diz 
que sua homossexualidade é um "presente da vida"

Ricky Martin acaba de tomar uma decisão delicada para sua carreira: saiu do armário. Na segunda-feira passada, o ex-integrante do grupo juvenil Menudo e intérprete de Livin’ la Vida Loca, sucesso de 1999, postou um texto em seu site no qual afirmava: "Hoje aceito minha homossexualidade como um presente que a vida me deu". Não chega a surpreender: Martin raramente foi fotografado com namoradas, mantém em segredo a identidade da mãe de seus filhos (dois meninos gêmeos, gestados em barriga de aluguel) e no ano passado confessou a uma revista de fofocas que seu coração "poderia pertencer a homens e mulheres". Mesmo assim, ao admitir cabalmente que é gay, o cantor dá um passo arriscado. Nos tempos de Vida Loca, ele encantava as fãs com sua figura de amante latino – esse público feminino ainda vai se deixar seduzir? Na aparência, a música, o cinema e a televisão estão entre os meios profissionais mais abertos à diversidade. O fato, porém, é que subsistem entraves consideráveis aos gays.
"Provavelmente, sou mais feliz do que meus colegas enrustidos. Mas desaconselho qualquer ator a sair do armário", disse o inglês Rupert Everett ao jornal The Guardian. Desde que se assumiu, Everett ficou limitado a papéis de gays ou de ingleses esnobes (veja o quadro). Até na animaçãoShrek 2 ele dubla um afetadíssimo príncipe encantado. O trabalho do ator é basicamente fingir ser quem ele não é – mas ainda há resistências à ideia de um gay interpretando um heterossexual. Neil Patrick Harris, que saiu do armário em 2006, foi dos poucos a romper essa barreira. Provocador, no ano passado apareceu passando batom nos lábios na capa da revistaNew York. Mesmo assim, vive um garanhão na série cômica How I Met Your Mother. E sua carreira está em alta.
A atriz Jodie Foster não teve problemas (tampouco causou surpresa) ao sair do armário, em 2007 – mas já tinha então décadas de carreira. Adiar a revelação, porém, comporta riscos: o artista pode acabar sendo tirado do armário à força. Entre os casos mais escandalosos, está o do cantor George Michael, que em 1998 foi preso em Los Angeles depois de tentar fazer sexo em um banheiro público com um policial disfarçado. A repercussão desmoralizante foi um golpe duro para sua carreira, que nunca mais alçou voo (é claro que escolhas artísticas ruins e problemas com drogas também atrapalharam).
A rejeição inicial ao artista que assume sua homossexualidade não é insuperável. A comediante americana Ellen DeGeneres passou anos patinando depois de se assumir, em 1997. Duas séries de televisão que estrelava foram canceladas. Mas ela conseguiu se reinventar como apresentadora de talk-show e jurada do American Idol. Grande comediante, foi mestre de cerimônias do Oscar em 2007. Não se vive mais a repressão sexual pesada que obrigou astros como Rock Hudson a passar quase a vida inteira no armário – mas ainda há, sim, preconceito. No ano passado, o cantor Adam Lambert, ex-calouro do American Idol, cometeu a ousadia de beijar outro artista na boca durante uma premiação e teve cancelada sua participação em vários programas de TV (para substituí-lo, chamou-se até Chris Brown, que, veja-se só, havia pouco tempo tinha socado a cantora Rihanna). No Brasil, não é tão diferente. Cantoras de MPB, como Cássia Eller e Ana Carolina, não encontram problemas em sair do armário. Mas, por conta do conservadorismo do público, não se concebe que um astro das novelas ou da música sertaneja tome o caminho de Ricky Martin. E há alguns que nem causariam surpresa. Para surpresa deles.

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I am one of those guys with a fat address book - maybe because all my friends tell I'm charming and clever! But as far as I´m concerned, friendship is a club of seven people which was fully by the time I was 25. We all share the same interests, and we don´t make any demands on one another in emotional terms - which is something I would avoid like the plague. It´s not that I don´t like making new friends easily...They have to cativate me at first...We all grew up in the same social, professional and geographical world that we now occupy as adults. The group of seven offers me as much security and intimacy as I require!