Saturday 2 January 2010

Celerium et taedium vitae...




No segundo dia da melhor década da minha vida, que será aquela onde adentrarei na dita "midle age" , acordo como que enebriado pela chama de uma doce e sutil fome de viver...O sono foi leve porém tranquilo...E pela primeira vez em meses o travesseiro me foi leve no avassalador calor tropical de São Sebastião do Rio de Janeiro...A cá, da janela prestimosa, pode-se ver montanhas e muito verde...O sol é sempre um espetáculo à parte e hoje a caminhada será à beira mar. Hei de tomar mais cuidado com o azedume da minha pele pálida, pois o recaldo do último passeio Leblon/Arpoador vejo ainda hoje nas minhas canelas agora descansadas...Bolhas e pele se soltando...Ah, que a pele morta se vá modorrenta e dê espaço a células novas...Novas,! Será? Eu ouvi dizer que a decrepitude celular começa por volta da terceira década de vida...Então essa nova pele que vem depois do escamamemto da pele nova, nada mais é que reserva... Os anos vem e vão e a gente não se dá conta de muita coisa simples que explicariam fácil fácil os mistérios da vida...A pele que se foi, nunca voltará... E as pessoas da vida sua, as que se vão como uma chuva de verão, será que voltam? Nem sempre. Talvez muito raramente. Alguns fazem falta um certo tempo, a bem da verdade. Outros, você simplesmente deixa se esvair...Deixa desaparecer nas esquinas da vida. Esses tais com certeza não estavam em sua sintonia e em privilégio sútil, vampirizaram sua existência...Quer saber? Valorize os que lhe são caros e que você sabe que estarão consigo para o que der e vier...E esses, leitor amigo, você conta nos dedos de uma mão. O resto é palha que o vento leva... Tenho dito. Hora de me fazer sorridente para minhas contemplaçoes e caminhadas...

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2 comments:

  1. O vento, ah, os rapazes da Los Hermanos escreveram: "não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer, e isso, eu vi, o vento leva"; talvez quase dizendo que o vento leva tudo o que se diz, leva porque palavras são sons provocantes, sons calculados, movimento, onda, como tudo que se propaga pelos meios físicos. Fui ficando convencido com o tempo de que o que eu dizia era sobrenatural, mas não, tendemos a pintar demais certas letras, exagerar no tom, no brilho ou ainda na acidez. As pessoas a quem mais admiro nem sempre estão por perto (que pena), mas tem sons - não essencialmente palavras - que ressoam utilmente em meu ser.
    Que o som mais singelo seja mesmo o de nossa derme se despedindo...

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  2. Muita vezes o que dizemos parece sobrenatural...O adjetivo adequado talvez fosse "antinatural", pois não?

    O colorido das letras não vem com as tintas com as quais são impressas mas com o poder que eles representam...

    Por isso mesmo, muitas das vezes, calar-se é deixar o papel em branco para que outro prencha...

    De vermelho sangue ou azul piscina...Viver e deixar viver...Não há grande segredo nisso...Se há, não aprendi ou nunca me ensinaram!!!

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I am one of those guys with a fat address book - maybe because all my friends tell I'm charming and clever! But as far as I´m concerned, friendship is a club of seven people which was fully by the time I was 25. We all share the same interests, and we don´t make any demands on one another in emotional terms - which is something I would avoid like the plague. It´s not that I don´t like making new friends easily...They have to cativate me at first...We all grew up in the same social, professional and geographical world that we now occupy as adults. The group of seven offers me as much security and intimacy as I require!