Monday 25 January 2010

A palavra...




Sempre tive o dom da palavra, destarte fosse tímido quando criança e assim ainda o proceda já homem feito. Mas o mundo se curva ao poder da palavra.Escrita, então, pode provocar cataclismas, tsunamis, ao mesmo tempo que pode enlevar. Cecília Meireles pontuou em um dos seus devaneios que"felizes seriam os homens de boa redação, pois deles seria o reino das diretorias". Num mundo onde as novas gerações demonstram cada vez mais desapego à leitura e são movidos tão somente por estímulos visuais e sonoros, tamanho desleixo com a expressão escrita pode ser fatal. Percebe-se claramente um retrocesso comunicativo e os educadores têm sim que acompanhar essa evolução (involução, na minha modesta opinião de usuário da palavra). O que diriam os linguistas de plantão? A esses interessa mais a comunicação, as alterações da língua no tempo e no espaço, no que prontamente, em termos, concordo...Houve comunicação, seja através da palavras ou de grunhidos, o processo se completou...Minha concepção, entretanto, seria o registro cultural e formal dessas intercorrências, pois se assim não fosse, nem Saussure teria como postular as famosas teorias que os linguistas tanto idolatram. O registro formal para a posteriodade exige sim o uso da palavra escrita, mesmo em meio ao mundo totalmente 3 D em que vivem as novas gerações. Atentos a isso, nós educadores havemos de continuar nossa batalha pela valorização do símbolo... Incentivar a leitura de forma prazeirosa, não pela obrigação dos vestibulares (a expressâo "leitura obrigatória" é no mínimo deprimente). Não nos esqueçamos, porém, que palavras são também imprecisas e cheias de significado e são apenas sinais das coisas, não as coisas em si. E é bem dificil dizer, às vezes, quem está no comando. No meu caso, sempre tento o melhor, lançando mão de uma fertil e muito bem alimentada criatividade,imaginando, como Shakespeare, Freud e Jung (ou talvez tenha mesmo um dom) e materializando em palavras, mesmo camufladas, a minha visão clara da natureza humana.

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1 comment:

  1. Concordo caro Gil, com o teu raciocínio quanto ao poder das palavras. Por causa de uma simples vírgula colocada de maneira imprópria, muitas vidas se perderam e ao mesmo tempo outras tantas foram poupadas.
    O que penso quanto ao atual estado intelectual dos jovens e seu pequeno interesse na cultura em geral (principalmente quando para se adquirir esta cultura torna-se necessário ler muito), está no fato de ser oferecida a eles, uma leitura maçante, pesada, em outras palavras, chata e enfadonha de se ler. Poderia ser bem diferente se os textos fossem escritos de maneira mais objetiva, simples e agradável, sem termos difíceis onde se exigiria mais ainda dos jovens para poderem compreender tal matéria. Estou de pleno acordo com os franceses que proíbem palavras estrangeiras em textos que servirão para o público, acho que esta norma deveria servir para o nosso português-brasileiro também. Por isso, pessoalmente quando escrevo, prezo o escrever de maneira mais amena, mais simples, mais agradável. Logicamente não se deve abrir mão da correta regra gramatical em nossos textos, mas com certeza vamos torná-los mais atrativos.

    Um abraço,

    David

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I am one of those guys with a fat address book - maybe because all my friends tell I'm charming and clever! But as far as I´m concerned, friendship is a club of seven people which was fully by the time I was 25. We all share the same interests, and we don´t make any demands on one another in emotional terms - which is something I would avoid like the plague. It´s not that I don´t like making new friends easily...They have to cativate me at first...We all grew up in the same social, professional and geographical world that we now occupy as adults. The group of seven offers me as much security and intimacy as I require!